Vivemos no auge da era das redes sociais, onde têm se tornado comum as denúncias contra profissionais. São relatos de mau atendimento, em que se misturam a desconsideração, o descaso, a grosseria, até o que é considerado arrogância e incompetência.
Qualquer pequeno descuido merece muitas e muitas críticas, a que se somam seguidores e pessoas azedas, que acreditam que todos têm má intenção para com elas.
Interessante que um mesmo profissional é apresentado por uns como um semideus, enquanto outros o classificam como um monstro. Soubemos de um médico que salvara a vida do pai de um jovem. O narrador relatou como verdadeiro milagre o que tinha ocorrido com seu pai, desenganado num primeiro momento.
O médico oferecera esperança mínima à família. Nada mais do que um por cento de chance de sobrevivência. Mas, a cirurgia tivera sucesso. E bons anos rolaram. Anos nos quais o paciente gozou de saúde satisfatória.
Surgindo uma complicação, a família procurou o mesmo médico, desde que, anteriormente, se revelara tão eficiente. Consultado, disse que tudo seria muito simples, algo como tirar um cisco do olho. Que todos ficassem tranquilos. Contudo, o paciente morreu.
Então, a família, que tanto elogiara e indicara aquele facultativo, revoltou-se. E o declarou incompetente, negligente. Acusou-o de ser o responsável por encurtar a sobrevida do seu familiar. Que paradoxo. Num momento, um herói, um santo.
Somos volúveis. Passamos de um sentimento a outro em segundos. Juízos apressados não poupam ninguém. E, normalmente, são causa de muita injustiça. Sejamos mais ponderados e cuidadosos em nosso proceder. Aprendamos a ser cordatos, a pensar antes de agir, a mensurar o que falamos, o que postamos, o que expomos.
Vidas podem ser destruídas em segundos. Carreiras sólidas, construídas com esforço e dedicação, também.